[RESENHA] Belo Desastre

Não me recordo muito bem de como conheci o livro. Talvez podemos chamar de coincidência, não sei, mas Belo Desastre foi pra mim um daqueles livros que você lê e não consegue se desligar depois, martelando na sua mente por muito tempo. Embora eu tenha lido rápido (levei um dia para lê-lo, parando apenas para comer), fiquei um bom tempo imersa na história, desejando que fosse real. Ele é intenso, provocante e sexy! Uma trama viciante, daquelas que te faz perder o sono, literalmente.

Quando Abby mudou-se para uma nova cidade com sua melhor amiga America, tudo o que ela queria era esquecer seu passado obscuro e começar uma nova vida, tudo do zero. Mas esse desejo de ter uma vida tranquila, cursando a faculdade onde ninguém a conhecesse, logo foi ameaçado: Abby conhece Travis Maddox, o bad boy da faculdade, todo tatuado e muito briguento, conhecido como "Cachorro Louco". Travis faz parte de um clube de luta clandestino que acontece sob os porões da faculdade.

Quando Travis conhece Abby, logo fica encantado por ela, exatamente pelo fato de ela não cair de amores por ele, como acontece com todas as outras garotas que conhece. Abby é totalmente indiferente por ele e Travis é exatamente aquilo o que ela tenta evitar a todo custo: ciumento, possessivo e marrento, e com fama de galinha, Travis então lhe propõe uma aposta: se ele perder, ficará um mês sem sexo, mas se ele ganhar, Abby terá que morar em seu apartamento durante um mês.

Abby aceita a aposta, porém perde, e como consequência precisar morar por um mês com Travis. Apesar dele ser muito sexy, Abby está decidida a não ceder jamais aos seus encantos e eles acabam se tornando melhores amigos. Travis, que nunca havia se apaixonado por nenhuma garota, se apaixona perdidamente por Abby, e isso o torna ainda mais possessivo e ciumento, apesar de não assumir seus sentimentos jamais.

A Abby não é uma protagonista “mosca morta” como muitos falam, pelo contrário, tem personalidade forte e atitude, mas peca um pouco por ser às vezes muito chata ou arrogante. De longe é perfeita, e em muitos momentos fez com que eu me irritasse com ela, pois muitas vezes ela faz exatamente o contrário do que tem vontade de fazer, conseguindo ser mais teimosa que qualquer outra coisa. Mas entendo que isso é o que deixa a história real, o fato de os personagens cometerem erros e as coisas não serem como a gente queria que fosse. Como a vida é.

Simplesmente me apaixonei pela narrativa Jamie McGuire, porque ela não perde tempo falando sobre detalhes insignificantes e foca no que é realmente importante, tornando a leitura fluida e cheia de emoção. Isso me manteve presa o tempo todo. A forma como os acontecimentos foram se desenrolando fez com que eu grudasse no livro e ficasse cada vez mais ansiosa pra saber o que aconteceria depois.

Além dos personagens bem construídos e da narrativa simples, outros pontos como o ambiente onde se passa a história e os elementos que a autora incluiu – como o pôquer, por exemplo -, deixaram tudo mais interessante.

Ouvi algumas comparações com 50 Tons de Cinza, mas sinceramente acho que não tem nada a ver. São histórias e personagens completamente diferentes e as (poucas) cenas de sexo não são tão explícitas nem ousadas.

Belo desastre fala de amor, sexo, ciúmes, redenção. A relação de Abby e Travis é tão intensa, com tantos altos e baixos, como nunca antes tinha encontrado na literatura. É tão controversa a atitude de Travis, espancando algum garoto por ter dado em cima de Abby, mas ao mesmo tempo secando as lágrimas de seu rosto com os lábios. Um bad boy romântico, dá pra imaginar?

Resumindo, me sinto até meio ridícula por isso, mas me apaixonei completamente por Belo Desastre. Apesar de todo o temperamento difícil de Travis, é impossível não se apaixonar por ele . E apesar de toda a meiguice e delicadeza de Abby (Beija-flor, apelido carinhoso dado por Travis), é impossível não ficar irada com o drama todo que ela faz. Mas é por essas diferenças de personalidades que Abby e Travis são um "belo desastre" juntos.