Lido em: Setembro/2015
Autor: Jamie McGuire
Editora: Verus
Categoria: Suspense/YA - Young Adult
Páginas: 350


Avaliação








Sinopse
Para Scarlet, cuidar de suas duas filhas sozinha significa que lutar pelo amanhã é uma batalha diária. Nathan tem uma mulher, mas não se lembra o que é estar apaixonado; a única coisa que faz a volta para casa valer a pena é sua filha Zoe. A maior preocupação de Miranda é saber se seu carro tem espaço suficiente para sua irmã e seus amigos irem viajar no fim de semana, escapando das provas finais da faculdade.

Quando a notícia de uma epidemia mortal se espalha, essas pessoas comuns se deparam com situações extraordinárias e, de repente, seus destinos se misturam. Percebendo que não conseguiriam fugir do perigo, Scarlet, Nathan, e Miranda procuram desesperadamente por abrigo no mesmo rancho isolado, o Red Hill. Emoções estão a flor da pele quando novos e velhos relacionamentos são testados diante do terrível inimigo – um inimigo que já não se lembra mais o que é ser humano.

O que acontece quando aquele por quem você morreria, se transforma naquele que pode lhe destruir?


Resenha
Eu sou apaixonada por distopias. Adoro o clima de tensão e a possibilidade de acontecer coisas aterradoras na Terra em decorrência do descaso da humanidade. Ainda mais quando o autor consegue pegar alguns fatos ocorridos na vida real para caracterizar de uma forma mais realista seu próprio enredo de horror. Mas nunca me interessei tanto por histórias de zumbis. Não posso simplesmente dizer que as odeio, apenas não é o que mais chama a minha atenção se eu tiver de escolher um livro, filme ou série. Porém estamos falando de Jamie McGuire: minha autora favorita dos últimos anos e criadora-mãe dos Irmãos Maddox (leia aqui a resenha de Belo Desastre e Desastre Iminente). Então isso já foi o bastante para me convencer e ler o livro. Não podia esperar nada menos que perfeição e foi exatamente isso que encontrei.
A história se inicia no dia em que uma epidemia começa e, essencialmente, as pessoas se transformam em zumbis. Vemos de diferentes pontos de vista de como se desencadeou o caos nas cidades e o desespero das pessoas para conseguirem fugir. Scarlet, Miranda e Nathan: essas três vidas inesperadamente irão se entrelaçar, cada pessoa com uma história diferente para contar, uma luta diferente para sobreviver, e cada um tendo que encarar seus medos.

Scarlet, uma enfermeira divorciada e mãe solteira, precisa continuar viva para reencontrar as filhas que foram passar o final de semana com o pai bem no dia em que tudo se tornou um caos. Ela é uma mulher forte e prova mais de uma vez que é capaz de tudo pelas filhas. Nathan, marido infeliz, não pode morrer, afinal ele tem uma filha pequena para cuidar. Ele é um homem bom tentando criar sua filha da melhor maneira possível. Miranda, estudante universitária preocupadíssima com o carro novo, só quer viver junto com sua irmã, namorado e cunhado. E´uma garota um tanto mimada e superficial, mas que no fundo tem um grande coração. A jornada dos três se entrelaça quando, fugindo de um inimigo em comum, decidem encontrar refúgio no mesmo lugar: o rancho Red Hill.

O incrível é que todos têm sua própria voz, o que não deixa, em momento algum, a trama confusa, uma vez que eles são tão diferentes e igualmente bem construídos, tornando mais fácil identificar quem está contando os infortúnios. Em boa parte do tempo, é bastante agradável acompanhá-los, mas, às vezes, o egoísmo da Scarlet, impotência do Nathan e indecisão da Miranda chegam a dar raiva. E não temos apenas os principais, mas também os secundários que cativam o leitor totalmente. Cada um tem seu passado, sua história e suas particularidades.

Red Hill foi um dos melhores livros que li esse ano. Você entra tanto na história que até se pega imaginando o que faria se algum dia acontecesse um apocalipse zumbi, quem salvaria e como sobreviveria.  Ele me fez pensar sobre até onde vamos e o que somos capazes de fazer pra sobreviver. A escrita dela é fantástica, uma narrativa tão envolvente que te dá milhares de emoções como se estivesse mesmo dentro da história.

Tudo acontece com tanta sutileza e no tempo certo, sem pressa alguma para o grande desfecho. Os personagens são tão humanos e cheios de falhas, como nós. E em Red Hill, a Jamie coloca o dedo na ferida. É inquietante, mas ao mesmo tempo reconfortante, pois dá a impressão de que não somos os únicos a viver com esses conflitos internor. Essa característica do livro foi uma das que mais contribuiu pra que eu o amasse tanto. Super recomendo!